Que o vento não maltrate
Os galhos verdes-musgos
Onde fostes gerada.
Não se modifique, impresso nas paredes,
O rosto dos teus altares.
Nenhuma nota de tuas canções,
Aí no teu peito.
Que não soprem os ventos
Sobre o fundo dos teus passos nas areias
E que não se desfaça o sono dos teus cabelos.
Que o vento não turve o teu lago translúcido,
Velhas imagens sem fim mostrando-se.
Que não se transfigure nenhum arvoredo
Nem as cores de nenhuma casa,
Nem os teus sonhos de deus e dos altos.
Calçadas, ruas - redutos escusas de vultos e ecos.
Formosa,
Que a te protegerem fiquem os ventos de asas quietas
E um silêncio de paz azul.
Seja uma encosta límpida que te guarde,
E de onde eu te contemple,
De um doce amor,
Só de ternura comovido.
Formosa, sejas sempre flor,
Eternamente.