A tua ausência é o ar que sai do peito
E demora em retornar.
É esse tempo morto, desacionado.
O chão varrido por um furacão.
É a nuvem que passa longe
A dar a impressão aos olhos
Que é deus sozinho, contando o mundo.
É um quarto de hotel
De uma cidade distante
Da qual seisó sei só o nome,
Nenhuma rua, nem um albergue
Que a noite toda permaneci acordado
Mal e só acompanhado.
Apenas um a abajur e uma tv pendurada.
Perdidas horas de sono,
Eu tão perdido, que sumo,
Só do teu lado eu durmo.
A tua ausência é um riacho estanque
Com suas águas tão distantes,
E não dão sinal de que vêem,
Pelo menos agora não.
A tua ausência é essa falta
Que faz em mim um trovão.
Eu vivo de água, eu tenho sede,
Eu vivo de ti e tenho medo,
Dessa ausência demorar.