Quando criança minha mãe dizia
Olha menino tu não é minha cria menino feio
Cresci um pouco e fui morar com meu avô
Já não aguentava mais o calor tirando o leite e
rachando lenha
Com muito custo juntei um dinheiro pra ir pra cidade
Meu avô olha só que maldade
Meu avô me roubou e me disse
Que ainda tenho que sorrir e fazer de conta que eu
existo
Desesperado quebrado bêbado fugi pra cidade
Sem um centavo sem saber de nada apanhei de verdade
Ai então arrumei um emprego num supermercado
Trabalhava feito um condenado
Ganhava dinheiro e sonhava de mais demais demais
Até que um dia a filha do dono olhou pro meu lado
Não aguentei e provei do pecado
Perdi meu emprego e apanhei outra vez
Tenho que sorrir e fazer de conta que eu existo
Tenho que sorrir e fazer de conta
Pra ser sincero já nem sabia mais o que ele ia ser
Ser um malandro tava tão difícil não era viver
Ao mesmo tempo já tava cansado de tanto azar
Suspirei e parei de chorar e falei pra mim mesmo
Tenho que sorrir e fazer de conta que eu existo
Tenho que sorrir e fazer de conta...