Remido pelo sangue do cordeiro, sem crise
Venha o que vier, to na fé, Cochise,
Quem pensou que eu já era, se enganou fera,
Embora a sepultura já estivesse à minha espera
É claro quem pensou que eu já era não crítico
Compreendo dei motivos de sobra.
Por caminhos tortuosos andei, tipo louco,
No banquete da felicidade, não vi nem a sobra.
No disco do D.F. Movimento-Caminho sem volta,
Eu era um dos otário, que o diabo falou,
Marcos, Maguila, Cochise autores da letra.
Maguila baleado, Marcão também faleceu.
Profecia maldita, mas ei aqui estou.
Conhecido no inferno, nome escrito no céu.
Das trevas para a luz, vou que vou,
Deixei de lançar, minha vida ao léo.
- Só ta ligado, é pá e pum e coisa e tal.
Ficou escandalizado varão, com o palavreado,
No meio da fumaça, até isso faz sentido.
Tal como um clip internacional sem tradução.
E como dizem os malucos do rock-gol.
Tipo D.2, eu também tinha a bomba no pé.
No salão já colava no ritmo do som.
Hoje eis-me aqui, quem diria?
Chegado numa vigília do rétété.
Louco veraz hoje sou
E pela fé no Senhor. Refrão
Só também sei que sou.
Sim muito mais que vencedor
Final dos anos 80, aquele vinil de R.A.P
Até então era outra idéia, outro estilo de som.
Agora Hip-Hop, cultura de rua, podes crer.
Não é questão de saudosismo é que mudou minha visão.
De-repente lá estava eu,só no digui-row
E com um objeto na mão, como se fosse um microfone.
Como diria o Hepem Hud, era tudo no meu nome.
Logo comecei a escrever, mas nada tão sério.
É que apesar da minha , pouca idade.
A neurose me atormentava, tipo assim do nada.
Inquietação na alma, conflitos de identidade,
Foi quando flagrei, aquela pontinha sendo lançada.
Daí por diante... uma constante.
Dava o meu trampo sim, sem atrasar à ninguém.
De loque até saí, num role diferente,
Mas por instinto optei, pela rapaziada do bem.
Apesar dos oportunistas, de plantão.
Criaturas que só o sangue meu irmão.
Misericórdia, não sou juiz de ninguém,
Afinal de contas sou, falho também.
Louco veraz hoje sou
É pela fé no Senhor Refrão
Só também sei que sou
Sim muito mais que vencedor
Numa sela não, nunca escrevi meu nome.
E em brigas de rua, também não quebraram meu nariz.
É é verdade já levei alguns prejus e mais.
Também deixei a escola, com poucos anos de idade.
Viajei demais no movimento, que esqueci de viver.
Bem que o IZI J. me alertou. - não se iluda!
Mas já que a morte passou batida, acordei pra realidade.
To na lida, não é tarde enquanto há vida ainda.
Ainda a vida me espera, aqui na terra hora.
A demora pode ser fatal, como foi para muitos,
Camaradas que se foram, como o vento.
Que passa imponente, mas de-repente já era.
Chega mais ouça bem, meus parabéns.
Á você que um dia caiu, mas se levantou.
E a todos que tem, se desviado do mau.
No final é que veremos, quem é quem.
No final é que veremos, quem é quem
Quem é quem, quem é quem.
Louco veraz hoje sou
É pela fé no Senhor Refrão
Só também sei que sou
Sim sou mais que vencedor