Na cadência do balanço baixo
a cangaia do balacho,
balacho, baixô.
Enquanto canta o galo na cumiera,
esburra o leite na leitera, chera,
o dia clareô.
Ferradura presa na solera,
calango na ribancera,
bate o ferro na puera,
trote lento, passo bambo,
balacho cai na cadência
do balanço do balaio,
faz caminho pelo pasto,
rasga um pedaço de chão.
Mariazinha colhe a lenha
traz pra sorte,
que já trovejô no norte,
São Pedro vai desaguá.
Vê se não molha
as calça presa no arame,
traz pra dentro, reza pra Santa Luzia abençoá.
Balacho passa, passando
pisando baixo,
passa a chuva, passa o passo
e a cadência do compasso do balacho se quebrô.
Enquanto passa,
escurrega morro abaixo.
Passa a chuva, passa o passo
só num passa o passadô.