Quando vi, parado ali,
Um cego a se questionar porque
Não via só a luz do sol
Como a cor do céu
Direcionou o olhar a mim
Quando evitava o encontro ao seu
E com tristeza no falar
Também me perguntou:
"Será mesmo, realmente
Amarelo o sol, e azul o céu
Por que não ser lilás, vermelho
Ou quem sabe seja apenas som?"
Agoniado ao pensar
No que o cego estava a falar
Olhos azuis a escurecer
Meu Deus, o que vai ser?
Sentei, chorei e compreendi
Que não havia só um cego ali
E perturbado ao dizer,
Escute aí você:
"Quem é que não enxerga aqui
Será eu ou você que não percebe?"
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