A vida como é
Um filme que passa em camera lenta
Ou a criança que tenta ficar em pé
Um jeito estranho de amar
Parece um jeito tolo de quem quer sofrer
Ou porque somente vivemos apaixonados
Por tudo aquilo que quer machucar
Um medo felizmente abandonado
Da rosa com espinhos que vão cortar
Mas que não sabe que
Quando era só uma semente
Não tinha nada a perder
Ao ganhar um feitiço que volta
Ama, geme e destroça
De todo coração solitário
De tudo que um dia vai nascer
E morrer
Ao viver vai aprender a limpar
A antiga ferida que o cortou
E vai começar a sentir o peito
Doer de saudade
Como se sente um pardal
Ao ver o seu amor morrer atropelado
E ser abraçado
Sentir o calor
O beijo orgulhoso da menina
Sem saber, sem saber
Conhecer uma velha tradição
Que acaba virando uma maldição
E aquela vida sem sentido
De um filme que passa em camera lenta
Por prazer