Eu sou o medo que te faz ter medo de me enfrentar,
Os pensamentos que você passou a vida a sufocar.
Eu sou a brisa da manhã que você não deixou tocar
Sua pele doente.
Sou as mudanças que você promete, mas que nunca faz,
Eu sou o abismo que existe, entre pensar e praticar,
O grão de areia que transforma em deserto o teu mar,
Te matando de sede.
Olhe pro espelho, face a face com a vaidade.
Um contato com a verdade pode até lhe fazer bem,
Mas não esqueça que o segredo de viver sobre seus erros,
É julgar o próprio espelho e dizer: Fui eu que errei!
Sonhos destruídos, emoções que até o vento rejeitou,
Fossilizadas nas camadas mais profundas do teu ser.
Serão feridas e nem a mais genial das medicinas,
Vai curar o mal que você diz não ter.
Eu sou a voz da consciência que você nunca entendeu,
Sou as idéias geniais que tua gaveta escondeu,
As tentativas não tentadas, os tentáculos da dor:
“Um aconchego dos covardes”.
Eu sou letal, eu sou fatal, mas ninguém quer me ver partir.
O bem que eu faço te faz mal, mas você gosta de sentir.
Não sou escravo e nem rainha, eu sou o que você quiser.
Pode mudar até meu nome.
Tantos quase cegos, quase ricos, quase pobres,
Quase vivos, quase mortos, quase tudo que podiam ser.
Mas quase não é tudo e quase nada não é nada.
Quem sufoca a própria alma mata tudo que não tem.
Sonhos destruídos, emoções que até o vento rejeitou,
Fossilizadas nas camadas mais profundas do teu ser.
Serão feridas e nem a mais genial das medicinas,
Vai curar o mal que você diz não ter.