Um dia foram pais carinhosos,
Hoje não são mais do que idosos.
Pelos aprendizes são mal tratados,
Vivendo uma vida de aposentados.
Em um dia foram mestres,
No outro foram fardos.
Membros de um grupo desgarrado,
Pais da evolução, filhos da perdição.
Um dia eu ouvi meu Pai dizer:
Só morre de verdade quem não viver,
Porque quem vive e faz por merecer,
Jamais verá o eterno anoitecer.
E o velho retirante
Se coloca a caminhar,
Na busca por um fio
Do passado a restaurar,
Passado em que sentiu
Orgulho de viver,
Viveu e assumiu
Paixões no entardecer,
Sem medo do escuro
Dominar sua clareza,
Usou toda a artimanha,
Era o rei da esperteza,
Não detinha um centavo,
Mas foi o mestre da nobreza.
Um dia eu ouvi meu Pai dizer:
Só morre de verdade quem não viver,
Porque quem vive e faz por merecer,
Jamais verá o eterno anoitecer.
Ouvimos os murmúrios,
Aprendemos os martírios,
Sentimos o perfume
Mergulhando sobre os lírios,
E no final da trilha
Te sobraram dois destinos,
Ou o asilo ou o exílio,
Mas eu prefiro o Sol Divino.
Um dia eu ouvi meu Pai dizer:
Só morre de verdade quem não viver,
Porque quem vive e faz por merecer,
Jamais verá o eterno anoitecer.
Um belo dia!
Meu Pai dizia...