Abri os olhos.
O céu ainda estava escuro, mas fui ver o mar.
Sentir a brisa, o cheiro, se pá, me encontrar.
Pus a camisa, berma, o chinelo, e o cap,
E como de costume, no ouvido o fone com um "bum bum beep".
Mas logo troquei pra um samba.
Anham.
E já notava no horizonte os primeiros raios do astro rei na manhã.
Ainda fraquinho, mas de fortalecer qualquer alma.
Não fala, mas é como se falasse, e me pedisse foco e calma.
Daí, paro, respiro fundo, fecho os olhos, e sinto,
Como se me ligasse ao resto do mundo.
E vejo que a felicidade tá,
Na simplicidade de estar vivo,
E poder enxergar ao redor, ou melhor,
Sentir ao redor tudo que,
Te transmita vida, e que,
A faça mais bela, sem farsa, como quando o vento toca minha face,
E mais uma vez fecho os olhos,
E abro os do espírito, pra poder enxergar a verdade!
E sentir, o ar no pulmão, e o pulsar no coração,
E a certeza na mente forte como oração,
De que nem é preciso tanto pra se ter alegria.
Eu sempre tive tudo que era preciso, mas não sabia.
(eu sempre tive tudo que era preciso, mas não sabia.)
Então cresce!
Deixa de reclamar e agradece.
Não esquece.
Tá vivo é uma vitória.
Não esquece.
E se hoje não foi tão bom, amanhã é outro dia.
As vezes se perde, as vezes se ganha.
Mas isso é da correria, né não?
Normal.
Ganhar todas não dá.
Eu sei que não.
Por isso eu não vou desanimar.
A tristeza é que nem um rio, e quer me puxar.
Mas neguinho, eu só não posso é me deixa levar.
Pelo contrário!
Tenho é que dar a volta por cima.
E ver valor no que tenho.
Rimas, amigos, família.
Leais, reais.
Que protejo, como um lobo a matilha.
Leal, real.
Por eles que eu sigo na trilha.
A vida, não é mar de flores, mas não é só pra você.
Mas não é um circo de horrores, que nem já ouvi dizer.
Ouvi muitos reclamar, mas vi poucos se mexer.
Cheio de vazio,
Por não ter o simples prazer de viver.
Essa manhã, eu acordei mais cedo,
Pra ver o sol nascer.
E descobri, o quanto é bom sentir,
Prazer em viver.