Pensando no amor, lembrei que ele me deve
Liguei pra cobrar, ele disse: Me espere
Cansei de beber pra afogar essa mágoa
Agora eu bebo enquanto ela me afaga
Pra acabar com a tristeza, dizem que amar cura
Mas se acaba o amor, só fica amargura
Nem o doce carinho afasta o gosto
Quando a alma é podre, suja pelo desgosto
Eu penso na vida, mas ela nem pensa em mim
Esse amor é platônico, eu vou morrer é sozin
Embriagado em versos, vomitando estrofes
O poeta já disse, sofre mais quem não sofre
Angústia que venha, não lhe faço desfeita
Pra ti separei, ali, papel e caneta
Solidão apareça e pegue logo seu copo
Tristeza é pra sempre, bateu é que nem foto
Me embriaguei do teu amor
Acordei de ressaca
Se eu soubesse que era assim
Vendia amor em garrafa
Meus dias são cinzas de um cigarro aceso
Quanto mais eles vão, mais vão me fudendo
Minhas noites são copos, cheios de porre
Minha vida é um bar e o barman nunca dorme
Um gole pro santo, pra ficar tudo bem
Eu sei, não sou santo, mas alguém diga ámen
Eu bebo pra rir, num vou beber pra chorar
Lágrima pra que com tanta água no mar?
Deságua em mim, felicidade nascente
Eu queria ser peixe pra ta na sua corrente
Mas de peixe eu nada, se eu nado? Que nada
E se eu aprendo a nadar, será que morro na praia?
Entre o não e o sim, não existe o talvez
Se o meu amor passar, avisa que eu não esperei
Se for pra esperar, amor muito eu não sinto
O tempo castiga, mas que chinelo e cinto
Me embriaguei do teu amor
Acordei de ressaca
Se eu soubesse que era assim
Vendia amor em garrafa
Um porre atrás do outro porre
E tudo fica bem, tudo fica bem
Um gole atrás do outro gole
E eu chamo o barman, chamo o barman