Na Terra um sonho eterno de beleza
Palpita em todo o espírito que, ansioso
Espera a luz esplêndida do gozo
Das sínteses de amor da Natureza
É ansiedade perpetuamente acesa
No turbilhão medonho e tenebroso
Da carne, onde a esperança sem repouso
Luta, sofre e soluça, e sonha presa
Aspirações do mundo miserando
Guardadas com ternura, com desvelos
Nas lágrimas de dor do peito aflito!
Mas que o homem realiza apenas, quando
Rotas as carnes, brancos os cabelos
Sente o beijo de glória do Infinito!