A Terra é o vasto abismo onde a alma chora
O vale de amarguras do Salmista
Lodoso chavascal onde se avista
A podridão dos vermes que apavora
Mas, para os grandes bens, para que exista
A perfeição da luz deslumbradora
Precisamos da carne que aprimora
Com o camartelo mágico do artista
Terra, tranqüilamente eu te abençôo
Porque da tua dor alcei meu vôo
Para a mansão das luzes opulentas
Teu rigor nos redime e nos eleva
Mas és ainda o cárcere da treva
Triste mundo de chagas pustulentas!
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