Entrando em portas de porões sem voltas e comportas
Pro amor sair da toca e tocar quem se sufoca
Talvez o brilho das estrelas seja pessoal
E essa busca mais um ato do instinto animal
Momento de fraqueza é um mestre pra fortaleza
E um combustível irmão pra tapas no peito
A vida é desse jeito, não rejeite sua chance
Sem efeito é perfeita, aproveita que é de relance
Que o triângulo vire um quadrado no círculo que visitamos
Geometria em que as retas só se acertam se curvando
Se toda arte já fosse pronta que graça teria o artista?
Se o bom da vida é alcançar o que não temos em vista
Aproveitar em cada pessoa o que há pra nos servir
Nas vidas contribuir, e a semente deixar aqui
Pros irmãos que ainda vão vir não cair na mesma cena
E seguir na utopia de resolver esses problemas
Políticos e profetas desacordados a nos ouvir
Embriagados, com dinheiro e livros que roubaram enquanto aqui
Só quero o polegar num gesto amigável
E a conversa dos amigos que ficaram
Mais que fabricar arma, bomba, alimento com veneno
O povo quer amar, comprar feijão, arroz, ver o filho correndo
Ter o bolso cheio pra um passeio, viver na paz porra!
Mas sem liberdade econômica é foda trampar de boa
Só que a TV é dona da verdade e mata o coração do povo
Faz tu acreditar que só precisa de moto e iPhone novo
E que ler livro não é preciso, é só votar e imitar o outro
Entra novela sai novela quebrada ainda tá sem biblioteca
É domingo, banqueiro gringo dá outro teco
Decide aumentar os juros, pros presidente
Pau mandado ficar maluco, enquanto na
Esquina os caras quer fumar esse, acelerar e
Sair no mundo pra esquecer nem sabe o que!
Ninguém aprende a plantar, interpretar, polícia dá baculejo
A vida é muito mais que esse só bater ponto e só fingir, cuide do seu
Lugar ainda é bonito, aqui, meio que o amor não deixa morrer o caráter
Entre surtos e abraços sigo, corpo no mundo e na aprendizagem
Exala gratidão a dedicação do ar, do seu sopro
Abolir a ignorância do pensamento colosso
De todo ser grosso que resiste a sua verdade
Mas aniquila ignorância sem grosseria covarde
Inevitavelmente nos vendemos, segue em frente mente
Eu sorria, mas não sabia do que ria hoje indubitavelmente
A cada evento um banho, me sustento
A cada dia o tempo passa idas e vindas vão ao vento
Do pranto e dor ao sorriso verdadeiro
Palavras em ação nos reconstroem por inteiro
O que você necessita? O que você pede?
Pode cessar a dor, o que te fere?
Noites em claro madrugadas que varo
Me deleito na paz do som que esbarro