A história se inicia num momento bem distante
do tempo atuante, num cenário em que elefantes
mamutes e mutantes, eram coadjuvantes
Mas pra ser preciso, preciso citar o exato instante:
foi na primeira vez que um africano tocou tambor
lançou o rítimo da batida ancestral
Que tal? Tamo ai até hoje o orador e mais
o produtor da percussão digital
Pois em algum ponto além do mar azul
entre o sul do Bronx e a África do Sul
foi forjada a fundação da Nação Zulu
Aqui nasceu, Nação Zumbi, maracatu
com manobras de b-boy original, não tem igual
além disso posso comentar com critério
na alfaia Jorge Du Peixe, Lucio Maia mixado
ao Mamelo, fala sério, Zumbi Zulu, Mistério.
Achei meu OM, meu OM é o som, como spray ou crayon
é o que dá cor, é o que dá tom
Achei meu OM, meu OM é o som, OMMM...
Explosão sucita de verdade profunda, não afunda
e quando você cai em si, já tá mechendo a bunda
a mão já tá no céu, se libertando do breu
em contato de primeiro grau, com a essência do seu eu
É seu, todo rítimo que se torna íntimo
poesia extensão de mim que já não é minha
Música pra ouvir com amigas, música pra ouvir sozinha
música pra ouvir mil watts, e pra ouvir baixinha
Somos de tribos extintas, que se pintavam com tinta
batiam o pé no chão, a mão na outra mão
a mão no tambor, e seja como for...
Salve a verdadeira música de louvor!
A céu aberto e sem limites, só com o crayon
mais uma interação certeira já no bom tom
E o colado na emenda que nem deflon
todos os nervos atrelados a serviço do som
Motor movido a uma orquestra no ouvido
e nunca se surbina num sonido
umbilical mas sem enfeite no umbigo
lançado o sub-som no gosto pelo enfinito
Olhar bem alto a torre cheia de falantes
gritando até o amanhecer, fazendo o antes
tocando a voz no rec/play, no diamante
vejo fios e raizes la no horizonte
E o grave levantando o chão com num vôo razante
Mamelo e Nação Zumbi fazendo o levante:
Zum-zum-zum-zum-zum-zum-zum-zum-Zumbi-Zumbi