Um velho muito louco me falou
Que a lua foi um mero acidente
Que o sol por pouco não se acende
E o câncer foi ele mesmo quem fez
O velho muito louco me contou
Que acredita em fadas em duendes
Mas não acredita nos alemães
E que os judeus morreram de enxaqueca
Ele me disse com todas as palavras
Me contou, quem matou os dinossauros
E que o Amor acaba
Quando alguém se casa
E aquele velho que viveu mais de cem anos
Só escutava o que os outros lhe contavam
Se dizia um louco comportado
Que só queria um solo fértil pra descansar
E as mentiras que o mundo inventava
Para ele não serviam de nada
E que ele estava protegido
Em sua beira de rio
Eu espantado com cara de bobo
E o velho falando de Amor
Que de manha sua mulher lhe deixou
Pra fugir com um circense
Meu filho, eu já fui podado
Ajudei a construir uma represa
Fiquei sozinho por mais de uma estação
Cansei de ver a lua da colheita
Já conheci a mula sem cabeça
E não acredito nas fotos de marte
Sei que Alexandre matou seu amigo
Depois das taças de vinho
E aquele velho que viveu mais de cem anos
Só escutava o que os outros lhe contavam
Se dizia um louco comportado
Que só queria um solo fértil pra descansar
E as mentiras que o mundo inventava
Para ele não serviam de nada
E que ele estava protegido
Em sua beira de rio
O velho muito louco me contou
Que nunca viu vaca poluir
E que o pequeno garoto
Espalhou sua invenção por ai
To cansado de fogo de palha
De tanta gente jurando por nada
De tantos ritos bizarros
De tanto encherem meu saco
E ele realmente acredita
Que os portugueses trouxeram a saudade
Que quase sempre estão em nossas mãos
Os recursos que pedimos aos céus
E aquele velho que viveu mais de cem anos
Só escutava o que os outros lhe contavam
Se dizia um louco comportado
Que só queria um solo fértil pra descansar
E as mentiras que o mundo inventava
Para ele não serviam de nada
E que ele estava protegido
Em sua beira de rio
E as mentiras que o mundo inventava
Para ele não serviam de nada
E que ele estava protegido
Em sua beira de rio