Seu moço eu venho de longe
Minha vida bem sofrida
E cada suor que sai do meu rosto
É um prato da sua comida
Por tanto não me atrapalhe
Deixa eu seguir minha jornada
Pois quem pego no cabo da inchada
Topa e aposta qualquer parada
Terreiro que não tem galo
Então quem canta é galinha
Se é que o senhor me entende
Já comi muita farinha
Se hoje eu como picanha é porque
Não saí da linha
Eu tenho muitos amigos
E falo com muito orgulho
Aqui se planta aqui se colhe
Já dizia meu velho pai
Carrego muitas lembranças
Dos meus tempos de criança
Voltar atrás sei que não tem jeito
Eu vou guardar com muito respeito
Deus ajuda quem trabalha
Com amor e muita fé
Com meu chapéu na cabeça
E minha bota no pé
Eu já rocei colonhão
Hoje eu tenho, o que eu quiser