meu caro poeta
das noites em claro
do vão, da sarjeta
dos dias de luto
teu faro decida
se sirvo ou se paro
mas lembra que a vida
não vale o minuto
não sejam as moças
lá muito pudicas
e nem pouca a vod-
ka, dica de irmão
do fundo da fossa
não passas, quem fica
de touca não pode
cantar meu baião
ó santo poeta
sem rastro e sem manto
sem mastro nem meta
mas só solidão
enquanto o deserto
não seca este pranto
te tenho por perto
de deito nas mãos
não sejam os laços
porém, tua casa
a vodka é tanta
que pode calar
os tempos escassos
e até te dar asas
o triste acalanto
insiste em me achar
poeta melhor
que mude o assunto
e seja mais só
que tu e eu juntos
mais baixo calão
neste randevú
não há, meu irmão
do que eu ou tu
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