Por estas planícies, por essas montanhas
Por estes platôs, por estas florestas
Em meio às minhas tantas andanças
Tanto refleti sobre a nossa terra
Nestas planícies, nessas areias quentes do saara
Neste solo gelado do alasca
Nos altos alpes suíços ao monte everest
As tantas imagens que a água do amazonas reflete
E assim como seu leito cristalino
Reflete as imagens do caçador felino
Das serpentes frias a rastejar, dos cães a ladrar
Dos pacatos herbívoros a pastar
Eu refleti tão claramente quanto
Escrevi esta letra que agora eu canto
Relatando a agonia do africano com fome, em prantos
Ou então mais uma mente mudando
Tipo um temor contemporâneo
Reflete então, reveja seus conceitos
Seu jeito, seu próprio ser tá entendendo
É comum o futuro, sempre em trevas e escuro
É comum as prisões e os muros
Quando se vê a faca, damos-lhe murros
Deveríamos fazer um melhor uso
De sua função, arrebentar a corda que prende nossas mãos
Mas não, preferimos a tortura da autodestruição
A mutilação de nosso ser, de nossa espécie irmão
Nestas planícies refleti, então reflete sangue bom
Por estas planícies, por essas montanhas
Por estes platôs, por estas florestas
Em meio às minhas tantas andanças
Tanto refleti sobre a nossa terra
Falam tanto em melhorar o mundo
Mas ninguém reflete sobre o jogo sujo
Ou o cenário imundo, ninguém tem compaixão
O amor foi destroçado por um tiro de oitão
No nome de deus, o jogo político do rico
Foi invadir a palestina distribuindo tiros
No nome de israel e do judaísmo
Máfia petrolífera, é esse seu neo nazismo
O nosso rio foi poluído
O meu rosto nele já não é refletido
Por isso sigo refletindo
Um inimigo sujo e frio
Envenenou a minha mãe terra
Queimou as florestas, promoveu a guerra
Atirou seu inimigo aos jacarés, que são os gambés
Destroçou a esperança, nos vendeu a fé
Nos submeteu à tv, acredite quem quiser
E depois, submeteu a mulher
Em um sistema patriarcal, covarde e cruel
Alojou em nossas cabeças algo pior que o projétil de imbel
Alojou em nossas cabeças a ideia de que o papel
É mais valioso que a nossa vida, olhe para o céu
Por estas planícies, por essas montanhas
Por estes platôs, por estas florestas
Em meio às minhas tantas andanças
Tanto refleti sobre a nossa terra
Seu tempo é único, você é livre
Tanto refleti por estas planícies
O dinheiro que você tanto idolatra
É o que causa a morte, da américa à áfrica
Da europa à ásia, oceania e até na antártida
Tantas mentes escravizadas
Pensam em vidas resumidas a nada
Consumo excessivo sobre o mundo
Mas não faz diferença, se no fim houver lucro...
Nestas planícies, nessas areias quentes da austrália
Neste solo gelado de vostok, antártida
Do kilimanjaro ao mar morto, do mediterrâneo ao aconcágua
As tantas imagens que o rio nilo reflete em sua água
Cercado pelas areias do saara, uma caravana passa
O dia comum, o sol quente, a vista já não embaça
É o costume, é tão normal este cotidiano
É tão comum somente o amarelo mundano
Presente em suas vidas, e se misturando
Ao verde dos cactos, ao azul dos céus
Ao branco das nuvens, assim como em israel
É tão comum atacar a palestina, as almas inimigas
Inimigas por quê? quebre os paradigmas
Assim como na terra a guerra é cotidiana
Assim como é difícil ter esperança
Como ficarão as próximas gerações?
Continuarão destruindo tantos bilhões
Em nome do dólar, neste planeta massacrado
Dominado por uma raça de bastardos
Deserdaram de sua mãe, a traíram
Tentam matá-la, brincam com seus filhos
Queimam os olhos do coelho
Nossa história está escrita em vermelho
Quer ver seu inimigo? olhe-se no espelho
Parta corpos ao meio, sem freio
Dos guetos aos campos de tiroteio
Planícies rochosas, multidões em polvorosa
Fugindo do inimigo, munido com a pólvora
Nossos índios exterminados pela europa
Nossos manos exterminados pela rota
Por estas planícies, por essas montanhas
Por estes platôs, por estas florestas
Em meio às minhas tantas andanças
Tanto refleti sobre a nossa terra