Numa quarta-feira, à noite, arriei o meu bragado
Pra buscar uma moreninha, na fazenda do Lajeado
Eu sabia do perigo, por isso já fui armado
Os capangas da fazenda, de morte, têm me jurado
Mas quem ama, não tem medo, enfrenta fogo pesado
Ela me mandou recado que sofre como ninguém
O capataz quer que ela, seja pra sempre seu bem
Mas o coração da moça, já pertence a outro alguém
É a mim que ela ama, outro homem, não convém
Se encontrarmos frente a frente, um de nós, vai pro além
E na calada da noite, do bragado, eu apiei
Pelos fundos da fazenda, rastejando, eu cheguei
Dei um toque na janela com o cano do "inglês"
Ela estava acordada, uns minutos eu esperei
E aquela linda donzela, da fazenda, eu resgatei
O latido de um cachorro, um jagunço acordou
As luzes foram acesas, a coisa se complicou
E uma chuva de balas, nosso caminho cruzou
Respondi na mesma hora, o meu "trinta" funcionou
Línguas de fogo saía, a escuridão iluminou
Chegamos até o bragado e saímos em disparada
A morena me abraçava, alegre e dando risada
A noite foi indo embora, foi chegando a alvorada
Não havia mais perigo, a missão foi completada
Foi o resgate do amor de um peão e sua amada.