Tenho as mãos calejadas
De trabalhar com a enxada
No roçado, todo dia
O meu corpo bronzeado
É pelo sol castigado
De manhã à Ave-Maria
O trabalho que eu enfrento
Pra garantir o sustento
Não é fácil para mim
Levanto de madrugada
E já ponho o pé na estrada
Todo dia é assim
Passa dia, mês e ano
Eu agüento, não reclamo
Jamais eu tive preguiça
Mas o que me cansa mais
É saber que ninguém faz
Nada contra a injustiça
Nós que somos do sertão
Sofremos humilhação
Ninguém dá valor pra gente
Nosso lucro é tão pouco
Esquecem nosso sufoco
Pra eles é indiferente
O roceiro planta e colhe
O caminhão vem e recolhe
Leva tudo pra cidade
Nisso alguém dá gargalhada
Porque leva uma bolada
Na maior facilidade
Vocês aí do Congresso
Por clemência, que eu peço
Ajudem a nossa gente
Não queremos ficar ricos
Mas ficar pagando o mico
Não é uma coisa decente
Nós temos a esperança
Que vai chegar a mudança
Essa mesa vai virar
Venceremos essa guerra
Pois sem os heróis da terra
O Brasil pode parar.
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