Numa festa que eu fui, na fazenda do ipê
Quando lá eu cheguei, já vieram dizer
Que o mané cantador, era duro eu vencer
Eu toquei meu violão ponteado, fiz o cabra correr
Desde a prima ao bordão, pontiei pra valer
Eu fiz telha cair e o assoalho tremer
Coração de mulher, fiz parar de bater
Todos que ouviram meu pontiado, suspirou sem saber
O festeiro chegou, pra me cumprimentar
E me deu parabéns, por me ver pontiar
As mocinhas eu fiz, sem querer suspirar
Fiz as velhas com meu pontiado, do passado lembrar
Lá do alto do céu, a estrela brilhou
De ciúme de mim, até o galo cantou
Para o povo de lá, eu mostrei meu valor
Só parei com o meu pontiado, quando o dia raiou
Quando me despedi, não quiseram deixar
Uma moça pediu, pra me acompanhar
Respondi meu amor, voltarei te buscar
Só por causa do meu pontiado, quase fico por lá.