Quando prendemos na gaiola um passarinho se ele pudesse nos dizer assim diria:
Por que prendeu-me nesta cela para sempre, por que tirou-me da floresta onde eu vivia
Vejo distante o sol raiando e me recordo aquele tempo que eu voava livremente
Tinha o espaço sem divisa e sem fronteira, e a largura do horizonte em minha frente.
E hoje o homem ao me ver assim cantando não imagina como está meu coração
Este meu canto é um soluço de tristeza é o meu modo de chorar nesta prisão.
Como estará o botão de flor vermelha que eu esperei desabrochar de madrugada
Como estará o lago azul e a verde mata e aquele pé de manacá beirando a estrada
Se para o homem eu cantei sem cobrar nada e o meu canto fez ninar o filho seu
Porque tirou-me para sempre do meu ninho onde sem nada o meu filhinho morreu.
E hoje o homem ao me ver assim cantando não imagina como está meu coração
Este meu canto é um soluço de tristeza é o meu modo de chorar nesta prisão.