Eu nasci no mato, me criei na estrada
Conheço as quebradas desse meu lugar
Sou cipó caboclo, cerne de aroeira
Eu sou piracema, sou curimbatá
Finquei meu coração na beira do mourão
Pra marcar meu chão pra quando eu voltar
E vencer desafios, a curva do rio já me ensinou
E pra enfrentar a vida
Aprendi com a lida a ser quem eu sou
Ai, ai, ai, aaaai!
Me larguei no mundo
Mas não esqueci aqui é o meu lugar refrão
Ai, ai, ai, aaaai!
Sou onça pintada, poeirão da estrada, raio de luar!
Eu sou da chapada, sou da água clara
Da beleza rara, sou do paraíso
Do pouso de boiada, da terra molhada
Que me dá de graça tudo que eu preciso
É no som da viola onde a saudade mora
Eu vou mundo afora sei que vou voltar
Vou correndo o chão, mas meu coração vai continuar
Filho da floresta e vai fazer a festa quando eu chegar
Ai, ai, ai, aaaai!
Me larguei no mundo
Mas não esqueci aqui é o meu lugar refrão
Ai, ai, ai, aaaai!
Sou onça pintada, poeirão da estrada, raio de luar!