quando ainda muito jovem eu peguei a estrada
pra tentar a sorte na cidade grande
minha vida melhorar
um abraço, um beijo e a promessa de voltar depressa
foi tudo o quanto pude oferecer
pra não ver ninguém chorar
e me entreguei inteiro aos laçaços dessa vida
eu abri minhas feridas e deixei o sol queimar
e no desejo de buscar o que a vida me guardava
mais e mais me distanciava e não lembrei-me de voltar
quando a noite vem e a brisa toca no meu rosto
sinto que a saudade quer trazer o gosto
dos meu lindos madrigais
mas retenho a lágrima sentida como o velho tronco
que perdeu as folhas mas ainda consegue
resistir aos temporais
eu me lembro com saudade das pequenas coisas
que eu nunca pensara ser tão importante
e marcaram meu destino
quando andava pelas ruas de pés descalços
e no chão deixava as minhas marcas
de uma vida livre de menino