Nasce a flor branca de outubro
No rosal de uma tapera
Hóstia adornando de insenso
O templo do que já era
Flor benfazeja de ausência
Triste flor da primavera
Florindo a dor dos silêncios
Como em ressábios de espera
Contando em branca ternura
Da flor que por lá viveu
Que vicejou pura e bela
E de tristeza, morreu
Perdida de amor e angústia
Por quem não soube seu mal
E renasce em primavera
Na branca flor de um rosal
E abre ao sol de um poente
Aromando toda a dor
Que, ao redor, se faz presente
Por quem sente seu amor
Como estrela mensageira
Que alumbra e que desfaz
Deixa pétalas de vida
Por cada gota de sal