Não sei por que minha alma
sempre tenta desvendar
as coisas que só o tempo
pode vir a nos contar...
Será que padece mais
quem escuta o coração,
se vale à pena entregar-se
por inteiro a uma paixão?
Não sei nem se sou poeta
e autor deste poema,
ou se só sirvo de ponte
pra inspiração suprema...
E muito menos se o tempo
me reserva melhor sorte
no dia de responder-me
se há vida após a morte...
Não sei se é justo os homens
julgarem os seus iguais,
nem por que brigam por coisas
que logo não terão mais.
Se o impossível existe
ou o homem por descrença
faz possível, o impossível
ser pra ele uma doença...
Só sei que por mais que ande
não terei todas respostas,
e que ao ler os olhos alheios
mais a verdade se mostra,
que os sentimentos da gente
não reconhecem as leis
e também que "não sei nada
sobre o que acho que sei..."