Meus irmãos de cor pedem pão nos vãos e calçadas
Nas esquinas mil pequeninos estendem as mãos
E lá no morro a vida é um fogo cruzado
Lutam entre si pra adiantar um lado
E não morrer sem ter provado um pouco de mel
Nos campos e cidades a fome é cruel, é amarga
Não há um gesto só que console a multidão
Nenhuma esperança no olhar do povo
De que ainda vai brotar algo de novo
Se ele próprio não tomar a história na mão
Sobreviver... lutamos pra sobreviver
Sobreviver... nós temos que sobreviver
Sobreviver... vivemos pra sobreviver
Sobreviver
Mas ai dos que inventam leis que oprimem os pobres
E vivem no luxo, suborno e conspiração
Eis que para eles chegarão os dias
Em que as suas casas ficarão vazias
Espinhos crescerão nos seus quintais
Naquele dia então, vai tremer o centro da terra
E o povo todo se recordar que somos irmãos
No berço da união a força se renova
E o venta da mudança de repente sopra
A voz do oprimido busca libertação
Sobreviver... cantamos pra sobreviver
Sobreviver... dançamos pra sobreviver
Sobreviver... sorrimos pra sobreviver
Sobreviver...