Anda retira de cima esse manto de medo
Abre essa mão que eu vou revelar um segredo
Vou, meu irmão, lhe ensinar beber água na fonte
Poder caminhar os caminhos do monte
Aonde amanhã novo sol vai nascer
É, nessa vida ninguém foge porque tem medo
É justamente o contraio, medrou quem fugiu
Vai meu irmão rasga as folhas do teu samba-enredo
Desvia teus barcos dos velhos rochedos
Mais tarde ou mais cedo meu darás razão
E foi assim que me disse a bela cigana
De brincos de ouro, de porte de dama
De vida e de morte no fundo do olhar
Leu minha mão e rezou e levou meu dinheiro
Mas a tal cigana não sabe, talvez
Tirou meu veleiro do fundo do mar