Estrada sem desvio, sinhá
E sem acostamento
Firmamento arredio, sinhá
Que custa pra chegar
Se já não tenha pressa, sinhá
Também não tenho tempo
Movimento me interessa, sinhá
Bem mais do que o lugar
O vento não dura, sinhá
E nem pode durar
E o peito não cura, sinhá
Da sina de voar
E sigo pelos ares, sinhá
Que o mundo não tem freio
E pelo meio dos altares, sinhá
Querendo acreditar
Se já não conto os anos, sinhá
Também não conto os dias
Alegrias, desenganos, sinhá
Que já nem sei contar
O medo me pega, sinhá
Não posso disfarçar
Tão cedo não chega, sinhá
A hora de pousar
Agora eu já vou indo, sinhá
Que vem rompendo a aurora
E não demora um dia lindo, sinhá
Começa a clarear
E nesse dia lindo, sinhá
Eu quero descansar