Eu não sei que faz o sol
que não dá na minha rua
hei-de me vestir de branco
que de branco anda a lua
Não vi ribeira sem água
nem praça sem pelourinho
nem donzelas sem amores
nem padres sem beber vinho
Lindos olhos de pau preto
nariz de pena aparada
dentes de letra miúda
boca de carta cerrada
Lindos olhos tem a cobra
quando olha de repente
mais vale um bom desengano
que andar enganado sempre