Sou cheio de razão quando minto
Não creio ser eu quem penso que sou
Acredito na alegria que não sinto
Odeio o amor que alguém me causou
Não me cobre ser existente
Cobra de mim que sou serpente
Estou por trás do meu grande medo
Quando a vida não tem explicação
Me seduzo à tentação de um desejo
Para gozar na minha insatisfação, cascavel...
Mas se eu quero a minha conta acertar
E ficar livre de minha maldade
Cobro de mim o que me tenho a pagar
Me dando assim o fim da eternidade
Não me cobre ser existente
Cobra de mim que sou serpente
Mas se o meu poderoso veneno for
O antídoto para felicidade
Com os deuses eu me condeno
A morrer preso a minha falsa liberdade, cascavel...