Cadê o capacete? Ó a pedrada!
Sabendo de tudo com mente aguçada
Elevada em um nível plausível de entrada
Invejada por quem faz metade de cada
Levada que eu levo e não leva mais nada
A não ser a paciência que eu trago de casa
Somando à vivência que eu trago na mala
Juntando à essência que eu trago na alma
Armado de rima engatilhando com meu flow
Mirando, atirando e passando por cima de quem desacreditou
Geral com a mão pra cima acreditando no meu show
Zuando, bebendo, fumando no clima, gritando hey how
Pedaço do meu sonho que eu mermo componho
Escrevendo o que transponho numa escrita ilegível
Nem tenta ler, cê vai se perder
Eu vim reescrever a definição de impossível
Nunca fui daqueles que fazem sentido
Nunca fiz questão de ser compreendido
Até porque não vim fazer sentido por aqui
Eu vim... pra te fazer sentir
Aqui vai meu desabafo, dá meu drink, dá meu maço
Dá a caneta, dá o papel, coronel, o resto eu faço
Passo a passo pra ver, se tu vai entender
Tudo que eu tenho aqui, acumulado pra dizer
Por tão poucos terem tanto, é que tantos têm tão pouco
Por tão poucos serem santos, quem é bom chamam de louco
Acostumei a ficar quieto, enquanto observo e ouço
Preso agora nesse corpo, como escravo num calabouço
A conexão humana anda sem sinal
A reflexão humana anda muito mal
Ninguém pensa mais no próximo, só pensa em ser o tal
Ninguém mais é doce, por todo lado só vejo sal
Olhe ao redor, perceba ninguém mais tem tempo
Plantando indiferença, o que resta é colher vento
Não vejo sentimento, não sinto mais calor
Vejo que esse mundo precisa de muito mais amor
Nunca fui daqueles que fazem sentido
Nunca fiz questão de ser compreendido
Até porque não vim fazer sentido por aqui
Eu vim... pra te fazer sentir
Ruas vazias lotadas de dor, céu vazio totalmente incolor
Redentor de braços abertos apontando pra insetos que não têm valor
Mais amor, por favor, minha senhora e meu senhor
O mundo tá uma merda e você é o diretor
Produzindo mais um filme de Quentin Tarantino
Atuando Al Pacino, muito sangue no cassino
E se a roleta russa parasse hoje em você
Tu viveu o suficiente ou só fez sobreviver?
Terráqueo, vulgo ser humano
Se passando vários anos e continuando errando
Cuidar do que não é deles já tá no cotidiano
Sabe mais sobre a lua do que o próprio oceano
Mano, para de embalo, dessa vez eu não me calo
Eu desci da nave pra ver se contigo eu me igualo
Falo o que tem que falar e o que tu precisa ouvir
Porque eu cheguei nessa porra pra te fazer sentir
Nunca fui daqueles que fazem sentido
Nunca fiz questão de ser compreendido
Até porque não vim fazer sentido por aqui
Eu vim... pra te fazer sentir