Na segunda, é Pedro Mato, lenhado com seu machado
Na terça, é Pedro Pua, furando num alambrado
Na quarta, é Pedro Enxada, na capina de um cercado
Na quinta, é Pedro Campeiro, quarteando o vizinho ao lado
Na sexta, é Pedro Forja, malha o ferro no galpão
No sábado, é Pedro Faca pro açougueiro da região
No domingo, é Pedro Canha e ninguém lhe estende a mão
Se a semana foi de todos, na folga, é da solidão
No domingo, é Pedro Canha e ninguém lhe estende a mão
Pedro Pobre, Pobre Pedro, Pedro Suor, Pedro Enxada
Pedro perto se preciso, Pedro senhor de quarteada
Pedro bom do dia útil, domingo, não vale nada
Num copo, afoga a imagem em sua mão calejada
Pedro Pobre, Pobre Pedro, Pedro Suor, Pedro Enxada
Pedro perto se preciso, Pedro senhor de quarteada
Pedro bom do dia útil, domingo, não vale nada
Num copo, afoga a imagem em sua mão calejada
E, assim, o Pedro passa, c'o a sina de servidor
Na semana, é Pedro Tudo, Pedro bom trabalhador
Mas, quando mais precisa ser quarteado o quarteador
Passa a ser o Pedro Pedra que não tem alma nem dor
Que não tem alma nem dor
Pedro Pobre, Pobre Pedro, Pedro Suor, Pedro Enxada
Pedro perto se preciso, Pedro senhor de quarteada
Pedro bom do dia útil, domingo, não vale nada
Num copo, afoga a imagem em sua mão calejada
Pedro Pobre, Pobre Pedro, Pedro Suor, Pedro Enxada
Pedro perto se preciso, Pedro senhor de quarteada
Pedro bom do dia útil, domingo, não vale nada
Num copo, afoga a imagem em sua mão calejada
Num copo, afoga a imagem em sua mão calejada