(A beleza é fogosamento
Insustentável como o instante
Pequeníssimos ridículos
Essa quentura todinha
O amor é boca na areia
Lambendo o peso de antigo oceano
Espaço para revirar silêncios
Miudeza funda
Miudeza funda)
Calço o verso e ele é meu sapato
Pra pisar nas letras e no chão
Palavra de asfalto
De um negro poema
Que é feito de suor e grão
Visto o verso
E ele é minha roupa
Se faz frio ou faz calor
Saio pela rua
Esperando inverno
Ou a primavera que restou
Cada hora é uma letra
Cada dia uma palavra
Que se encerra e insinua
Uma nova rima
Cada um é uma folha infinita
Onde o tempo escreve sua obra-prima
Pelo avesso o tempo é minha pele
E o gesto é minha voz
Hoje estou mais certo
Que essa vida é um verso
E que viver e desatar os nós
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