No seio dolente das idas idades
Em meio ao silêncio, fiquei a sorrir...
A Deusa de outrora só tinha saudades,
Chorando o passado, esperando o porvir!
(Estribilho)
Entre os coros das litanias
Que vêm do céu, na asa do luar,
Vivo de mortas alegrias,
Sempre a sonhar, sempre a sonhar!
Quem é que me vem perturbar o meu sono
De bela princesa no bosque a dormir?
Que há muito caiu sobre o solo o meu trono,
Que era emperolado de perlas de Ofir!
De estrelas o céu sobre mim recama;
Há luz no zênite e clarões no nadir...
O campo auriverde da nossa auriflama,
É todo esperança: esperei o porvir!
Agora bem sinto, no peito, áureos brilhos;
De novo me voltam as perlas de Ofir...
Aos doces afagos da voz dos meus filhos,
Mais belas que outrora, eu irei ressurgir!