Só quem já carpiu
Conhece o peso da enxada
Só quem já partiu
Comeu poeira na estrada
Quem nunca saiu
Não tem histórias pra contar
Pois não repartiu
O seu mundo, o seu lugar
Leva boi, leva boiada
Levanta a poeira da estrada
Leva boi, leva boiada
Levanta a poeira da estrada
Na garupa leva um anjo
Com a alma encantada
E no pensamento um sonho
Que sonhar não custa nada
Lua nova, vida velha
Coisas que o tempo não viu
Barco a vela, leva vera
Pras corredeiras do rio
O ouro dos teus cabelos
No rosto desta cidade
Por onde o vento vagueia
Deixa um gosto de saudade
Leva boi, leva boiada
Levanta a poeira da estrada
Leva boi, leva boiada
Levanta a poeira da estrada
Na garupa leva um anjo
Com a alma encantada
E no pensamento um sonho
Que sonhar não custa nada
Por onde voam os teus olhos
Que as águias não chegam lá
Que olhar cigano caminha
Rondando este temporal
Se a ventania desarma
O corpo, a alma e a fé
E a poeira da estrada
Apaga as marcas do pé
Leva boi, leva boiada
Levanta a poeira da estrada
Leva boi, leva boiada
Levanta a poeira da estrada
Na garupa leva um anjo
Com a alma encantada
E no pensamento um sonho
Que sonhar não custa nada
Já fui peão do pensamento
Capataz da alegria
Dono da estância do tempo
Com meu cavalo ventania
Que tinha um galope ligeiro
E era bom de montaria
Que tinha um galope ligeiro
E era bom de montaria
Mas a boiada quando passa
Deixa o rastro do ferrão
Deixa as marcas do casco
Na terra furando o chão
Teu amor quando passou
Deixou dor e solidão
E uma saudade matadeira
No fundo do coração
Leva boi, leva boiada
Levanta a poeira da estrada
Leva boi, leva boiada
Levanta a poeira da estrada
Na garupa leva um anjo
Com a alma encantada
E no pensamento um sonho
Que sonhar não custa nada