Quem sabe essa dor de cabeça que você me deu
Regresse em qualquer madrugada pro cérebro seu
Você me tirou do molhado pra me congelar
Mas sei que mais cedo ou mais tarde meu sol vai raiar
Você pendurou meu corpo sobre um pau de arara e me torturou
Mas o amanhã vem programado pra arrancar suas unhas
E pintar de outra cor
Eu sei que esse seu desejo de calar meu peito ainda vai se acabar
Quem sabe esse seu chicote se transforme em trote só pra lhe castigar
Talvez por eu viver cansado de sofrer calado vivo só pra ver
Meu santo acordar zangado e lhe achar culpado por amanhecer
Talvez você por isso ainda me mate mas virá outro louco
A gritar como eu grito
E quando as luzes se apagarem
Minha voz ressuscita a lhe acusar do infinito