Anjos vão descendo do céu, tristes.
Batendo suas asas, a voar...
Para te buscar
Colhendo teu espírito de dentro do teu corpo
Para te plantar em outro plano
As nuvens se ajuntam em agonia
Na mais complexa dor e simetria
E não conseguem chorar
Afim de não borrar a lembrança do teu riso
Meus olhos de poeta
Meus papeis e canetas
Minhas mãos, minha fala...
Nem toda retórica e letras
Poderia explicar
O vazio que sinto no fundo de mim mesmo
Eu vago aqui dentro...
Perdido em cem horas
Como se elas antes dissessem
Que você ia nos deixar
Depois de alguns segundos
Eu muito frágil, simples humano
Em carne, osso, sangue e pêlo
Não posso rebobinar a fita do tempo
E te salvar...
E me pergunto o sentido dessa perda
Nos seus quinze anos
Na sua pele, nos seus fios de cabelo,
Nos seus olhos, na sua inocência de menina,
No teu pulso juvenil agora há não pulsar
Sua vida, seus pais, amigos...
Filhos e netos esperando por você?
Mas você não vai voltar
Para completar essas coisas que ficaram pela metade
Que não vão sem você se completar...