Nós somos filhos
De sangues intensos
Cada sangue, uma coloração
Uma origem, uma direção
Todos eles a se encontrar
Todos eles a se misturar em nós
Filhos bastardos de um estupro
Sagrado e paternal
Ódio, amor e violência
Em conjunção carnal
Sangue do reino
Sangue da terra
Da europa em guerra, da escravidão
Sangue do mando e da revolução
E terminam por se enfrentar
E terminam por se encontrar em nós
Lirismo e poesia em luta
Por libertação
Irreverência e indisciplina
A serviço da opressão
Somos latinos
Americanos
Nós somos crias de
Ideais estranhos.
A cada ideia, uma contradição
Esperança e decepção
Todas elas a nos transformar
Todas elas a nos afastar de nós
Órfãos ingênuos
De um processo civilizacional
O malandro que se deita
Com o bem e com o mal
Ao lado da apatia
Dançaram rebeldias
O cotidiano a nos tirar a vez
Nosso passado nos divide em três
E terminamos por nos enfrentar
E terminamos por nos desviar de nós
Chamamos de alegria
O medo de nos levantar
E no sufrágio escolhemos
Quem nos vai abandonar
Somos latinos
Americanos
Chamamos de alegria,
O medo de nos levantar
E no sufrágio escolhemos
Quem nos vai abandonar