Cravou em meu peito um novo trovão
Entramos sozinhos
Sozinhos no amor
Um egoísmo que amou
Poeiras amargas
Pelas salas
Que não cobriam
Na terra sem tempo
Meu fôlego sem fogo
Selvagens suspiros
Nos arrancavam
Pelos braços
Pulsações em descompasso
Criavam náufragos
Somos náufragos
Na terra sem tédio
Só uma triste prisão
Pontualmente em meu peito
Um novo trovão alucinado
Eletrocuta a noite
Finca o cerne das cores
Prega meu sangue com outro
Feito de miragem
Espasmos
Luz
(Juntos somos nômades
Almas assassinas
Vagando as avenidas
Neste automóvel inevitável
À espreita do brilho
De um novo trovão)
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