Soprou, soprou
Soprou, soprou
O vento que vem do nordeste
Trazendo as cantiga
E as notícia de lá
Ventos do nordeste
Rajadas de histórias de amor
Ventos do nordeste
É um canto chorado sem dor
É o pé-de-moleque
É a alpercata de couro
É a casa de taipa
Onde mora o besouro
É a fé que sossega
É botija, é tesouro
Arco-íris
Água num pote de ouro
"juazeiro, juazeiro"... (soprou)
Soprou o vento nordestino
E o nosso destino parece mudar
'sa brisa que traz oxigênio
Pro novo milênio poder folegar
"ah! se voltasse aquele tempo bom
Aquele tempo que..." (soprou)
Bom mesmo é o mato vestido
É mulher com marido e muita irrigação
Cuscuz, rapadura, coalhada
Missa, vaquejada e uma nova paixão
"eu vou mostrar pra vocês
Como se dança..." (soprou)
Dançar um forró pé-de-serra
E só sair da terra para passear
Ver os menino dar cangapé
E a filha-mulher se vestir pra casar
"é lampa, é lampa, é lampa
É lampa, é lampião" (soprou)
É o vento nordeste traquino
A soprar sol a pino sem sair do tom
E tá pra nascer um maestro
Direito, canhoto, ambidestro
Capaz de imitar o seu som