Quem me dera que a minha vida
Fosse um carro de bois
Que vem a chiar,
Manhãzinha cedo, pela estrada,
E que para de onde veio
Volta depois
Quase à noitinha
Pela mesma estrada.
Eu não tinha que ter esperanças
- Tinha só que ter rodas...
A minha velhice não tinha rugas
Nem cabelo branco...
Quando eu já não servia,
Tiravam-me as rodas
E eu ficava virado e partido
No fundo de um barranco.