Quem tem prato vazio não enfeita a mesa
Quem tem muita tristeza não enfeita a rua
Quem tem pecado novo não cultiva o velho
Quem quer muita verdade se perdeu na sua
Quem tem a mão macia não carrega medo
Quem tem a faca cega não lhe nega o pão
Quem guarda os segredos tem a liturgia
Passeia pelo fausto dessa sacristia
Quem fala bem macio acaba ouvindo alto
Quem tem a dor urbana é o cidadão
Quem mata de gravata tem o seu perdão
Quem tem a vau da vida vai na contramão
Quem tem poucos minutos pra fazer a ceia
Quem tem sua marmita bem policiada
Demora ir aberta o calor da ceia
Mantém a voz bem alta e não canta nada
Não é rato nem gato nem homem nem nada