Ao relento
Os meus ossos estão reduzidos ao cansaço,
os olhos carregados e próximos da aridez.
Pela noite eu procuro um rasgo no céu
que esclareça e ponha fim às minhas dúvidas
e me persuada de todas contradições,
ou que pelo menos chancele o meu estado.
Apunhalado pela imensidão do incerto
recuso a esquiva, penso estar perto
Eu me sinto como se estivesse ao relento,
perdido ao esmo,
ao seu aguardo.
E não chega.
Refletir e pensar para se decidir,
pensar que se decidir é se restringir.
Um sorriso somente e as respostas que eu espero
se esvaem e não caem contra as suspeitas.
No meio termo disfarces enganam
e criam falsas certezas,
logo as que não poderiam nem deveriam me contaminar.
Eu me sinto como se estivesse ao relento,
perdido ao esmo,
ao seu aguardo.
E não chega.
não sei ao ponto da verdade que quero chegar,
o ponto entre a vontade e o bom senso,
o quanto sereremos estreitos,
ou o quanto perdurará.
Como o resultado será eterno
tudo mais importará.
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