Espero que o sol dispare em minha direção
Raios cansados clareando a multidão
Sem veste e sem máscaras
Espero que a lua reflita sobre mim uma intensa luz
Não tanto mística nem tanto sóbria
Inspirando minha alma a exalar o que tem de bom
Desejo que o vento sopre em meu rosto um bafo de
realidade
Que a acabe com a indiferença
Com tudo a minha volta como o gelo na lava
O gelo na lava (ooooo)
Êeeee laiêeee
Laieeee
Aspiro que o brilho das estrelas destrua o que aliena
E desperte o que hiberna em todo ser humano
Por milênios e milênios
Que a responsabilidade com o planeta terra
E com tudo que o habita
E com tudo que o habitará
Rogo a todos os deuses já Tupã, Cristo, Oxalá
E tantos quantos forem que despertem unam suas forças
E façam o homem sentir na pele a dor ou o prazer
Causado por cada ato ainda antes de o cometer
E que cada mariposa voe o mais alto que conseguir
Antes de morrer
E que o fio da vida não seja medido pela comparação ao
alheio
Que o cherio da terra molhada
Seja sentido cada vez mais e mais vezes
Que a muralha que separa os corações seja pulverizada
Que a cultura massificada e não banalizada
Que a vida não seja simplesmente a espera da morte
Que a vida não seja simplesmente a espera da morte
Que o meu grito ecoe pelos corredores vazios de uma
escola em ruínas e seja ouvido cada vez mais alto nos
morros, nos sertões e nos planaltos
Que a vida não seja simplesmente a espera da morte
Que a vida não seja simplesmente a espera da morte