Eu fui fazer um samba em homenagem
à nata da malandragem,
que conheço de outros carnavais.
Eu fui à Lapa e perdi a viagem,
que aquela tal malandragem
não existe mais.
Agora já não é normal,
o que dá de malandro
regular profissional,
malandro com o aparato
de malandro oficial,
malandro candidato
a malandro federal,
malandro com retrato
na coluna social;
malandro com contrato,
com gravata e capital,
que nunca se dá mal.
Mas o malandro para valer,
não espalha,
aposentou a navalha,
tem mulher e filho
e tralha e tal.
Dizem as más línguas
que ele até trabalha,
Mora lá longe chacoalha,
no trem da central