Esperança
Com essas palavras que invento
E a esperança desvestida, desmascarada
Relato um tempo no tempo
De verdade entoada
Jovem bisonho alegórico
Ainda que belo,descontente
Olhar superior embora ansioso
Manso e decente
Tinha tudo na palma do mundo
E um membro importante e ávido
Perseguiam-me os coqueiros em sonhos
E os desejos não menos cálidos
Era verdadeira sim, a esperança
Árvore frutífera a cada estação
Devota, paciente, confortante
Os resultados progressivos e somáticos
Relevavam-se a cada instante
Agosto então veio e se aproximou
Com um só golpe,nos levou a guia
Era preciso cunhar as frestas
Desse amor que se esvaia
Minha alma herdava o peso do mundo
E o pesar dos meus parentes
Era eu um inocente muro de arrimo
E do saber carente
Hoje edifico antigas aspirações
E já tenho o que deixar de herança
Embora a vida ainda seja um duelo
Vence quem constrói a esperança
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