Canto uma canção em sol maior,
Acorde alegre, ignorando o que nos fere.
Mas volto à dó, como remédio.
Desobedeço todo assédio
Da harmonia dos raios de sol.
Por que o tempo muda?
Nessa viagem absurda
Não há de restar só o pó.
Por que se essa nota oculta,
O que deveras assusta:
Nostalgia da clave de sol.
Lamúrio pela distância,
Feito surdo ante a banda,
Talhado da ternura da nota de sol.
Canto uma canção em sol maior
Acorde alegre, abdicando da boa febre.
Torno a sol, encaro o fato,
Em dó maior fica o retrato
Da estação, primavera de sol.
Hoje serenata é muda... (pausa)
Uma partitura minuta
Sem melodia de sol.
Nessa viagem aburda,
Saudade renova sua jura:
Amor a clave de sol.
Regozijo a lembrança,
Esfinge de criança,
Provado o paladar da clave sol.
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