As luzes da cidade apagaram-se às dez
E todos foram pra cama sem perguntar por que
Era o dia da noite que ninguém poderia ver
Até mesmo as estrelas e a lua teimaram em não aparecer
Apenas um bar abriu as suas portas
O chão coberto de neve e pessoas mortas
Era o dia da noite que ninguém poderia crer
Até porque todos teimaram em não aparecer
E lá estava eu
Um homem de coragem
Que não dizia a idade
E ia lutar contra os monstros da TV
Eu sentei no balcão e me servi um drinque
A bebida feria a garganta como um espinho
Era o dia da noite que ninguém poderia prever
Eu esperei alguns minutos até alguém aparecer
Eu não sabia se tirava a minha arma da cintura
Ou se me despia e chorava e contava minhas amarguras
Era mesmo uma noite em que ninguém ia aparecer
Ou será que eu estava cego e só conseguia ver você?
E lá estava eu
Um homem de verdade
Só mais um covarde
Que ia lutar contra todos com você
E lá estava eu, um homem de coragem
E lá estava eu, um homem de verdade
E lá estava eu e mais ninguém
E mais ninguém, e mais ninguém